Parcerias da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) com empresas da região do Vale dos Sinos e Caí viabilizam emprego para todos os detentos do Instituto Penal de Montenegro (IPM). O instituto conta, atualmente, com 53 apenados nos regimes aberto e semiaberto. Destes, 90% trabalham em serviços externos e 10% em serviços internos, resultando na totalidade de detentos envolvidos em atividades laborais. Os empregos são proporcionados por meio de Protocolos de Ação Conjunta (Pacs) e Convênios.
De acordo com a assistente social do IPM, Cintia Vasconcelos, por conta do trabalho, os apenados têm mantido uma boa conduta. "Hoje, podemos dizer que o índice de reincidência dos que trabalham nas empresas parceiras é zero", afirma, enfatizando que quando o detento falta ou atrasa no serviço, o presídio é imediatamente comunicado.
O recrutamento dos trabalhadores é feito pela administração em conjunto com a equipe técnica do estabelecimento penal e, segundo a assistente social, devido à credibilidade do trabalho realizado, sobram vagas. "Ao longo do nosso projeto, firmamos parcerias e ganhamos a confiança dos empregadores e apenados. O foco é na ressocialização por meio do trabalho", relata.
Parcerias firmadas
O IPM realizou diversos acordos que possibilitaram empregar todos os detentos do presídio. Segundo Cintia, o Conselho da Comunidade do município auxilia na busca das parcerias de trabalho. "Além de auxiliar mensalmente com materiais de higiene e melhorias na casa prisional, o grupo tem feito indicações de empresas propensas a empregarem apenados", comenta.
A Prefeitura Municipal de Montenegro foi uma das instituições que firmou convênio com o IPM. O trabalho desenvolvido pelos apenados vinculados à prefeitura contempla as demandas da cidade, como capina de ruas, desentupimento de fossas e podas de árvores.
A empresa Ferrymont, de Montenegro, também fez parceria com o instituto. Conforme o proprietário, Adão Oliveira, "o retorno que os detentos trazem é muito bom". Com isso, o empregador pretende dar permanência aos seis apenados que trabalham na empresa, proporcionando cursos de qualificação. "Eles precisam ter uma profissão", afirma. Para o apenado I. R., "o ambiente é agradável, somos como uma família". O colega F. L. acrescenta que "somos tratados com respeito e sem humilhação".
Já na Gramon Mármores e Granitos, também em Montenegro, um dos apenados conseguiu uma vaga para o seu filho na mesma empresa, onde desfruta do primeiro emprego. Segundo o proprietário, João Felipe Von Mühlen, "os detentos trabalham com afinco e dedicação".
Outra empresa que firmou Pac com o IPM foi a Abmais, de São Sebastião do Caí, onde quatro apenados trabalham na fabricação de pisos de concreto. De acordo com o proprietário, Júlio Moraes, os detentos "trabalham bem e tem compromisso como os demais funcionários".
Caroline Paiva
Imprensa Susepe