O primeiro casamento entre duas mulheres presas da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre (RS), foi celebrado na última sexta-feira no teatro da instituição. A cerimônia foi feita pelo sacerdote afroumbandista Everton Afonsim, que já abençoou 38 uniões, sendo 17 delas homoafetivas.
As detentas se apaixonaram na prisão e participaram do ritual como manda o tradicional casamento: com direito a vestido branco, buquê, terno e alianças douradas. As duas estavam emocionadas e foram acompanhadas por familiares até o altar religioso, onde estavam expostos os elementos que abençoaram o casamento.
(Coordenadora da Assessoria dos Direitos Humanos, Maria Diniz, presidente da FAUERS, Everton Afonsim e a diretora da PFMP, Marília Simões.
Para o sacerdote, que também é presidente da Federação Afroumbandista e Espiritualista do RS (Fauers), o casamento dentro de uma penitenciária representa a quebra de um paradigma e a evolução da sociedade no respeito aos direitos de todas as pessoas, não importando o gênero e nem a religião.
Água, perfume e flores foram os elementos utilizados para consagrar a união
Maria Diniz, titular da Assessoria dos Direitos Humanos da Susepe, deu boas-vidas ao público e destacou que a instituição vem garantindo os direitos das pessoas privadas de liberdade. “Buscar, por meio, do amor e união a reconstrução da cidadania é um grande caminho para inclusão”, destacou a profissional.
"O que acontece fora deve acontecer aqui dentro também, com todas as garantias na execução dos direitos das mulheres privadas de liberdade", ressaltou a titular da Coordenadoria Penitenciária da Mulher/Assessoria dos Direitos Humanos (ADH) da Susepe, Anelise Pereira.
Todo o cerimonial do evento foi montado pela equipe da ADH; composta pelas psicólogas, Fernanda Cunha, Sonia Modena e a agente penitenciária Roselena Gonçalves, com parceria da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM).
No momento de dizer o simbólico “sim”, as duas presas, que têm na inicial de seus primeiros nomes a letra “V”, trocaram beijos e mensagens de amor, emocionando quem acompanhava a cerimônia. As detentas ainda assinaram a ata de união, estabelecida pela Fauers. Os convidados foram recepcionados com doces e salgadinhos, após o cumprimento às noivas.
Neiva Motta
Imprensa Susepe