Direção, apenados, familiares, autoridades do Judiciário e Secretaria da Segurança Pública se despediram da assistente social Maria Ribeiro da Silva Tavares, 102 anos, nesta segunda-feira (22) .O corpo foi velado durante esta manhã no antigo casarão do Patronato Lima Drummond e foi sepultado no Cemitério Jardim da Paz, no Bairro Agronomia, às 11h30.
A assistente social morreu no domingo (21). Ela apresentava problemas respiratórios e estava internada há uma semana no Hospital Ernesto Dorneles.
Dona Maria fundou o Patronato Lima Drummond em 1942, onde abrigava homens cumpridores de pena. Diversas práticas de inclusão social são implantadas a partir de um convênio com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Maria era referência na inclusão social de apenados do regime semiaberto em Porto Alegre e RS
Para a Susepe, dona Maria foi pioneira em acreditar que a sociedade também era protagonista da recuperação social. Ela não media esforços para executar seu profissionalismo social aliado ao humanismo com que tratava os presos. Atualmente, estava sob os cuidados de um ex apenado, com quem convivia havia mais de doze anos.
Maria Tavares
Dona Maria enfrentou diversas dificuldades para seguir seu grande ideal de socialização e de lutar pelos direitos humanos numa era em que a atuação da mulher era restrita em uma sociedade cheia de preconceitos. Para dona Maria, "não existem criaturas irrecuperáveis; existem métodos inadequados."O estabelecimento tem marca próximo de zero em fugas. Quase todos os recolhidos no Patronato desenvolvem alguma atividade de trabalho.
Neiva Motta
Imprensa Susepe