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Publicação 27.06.2016 às 17:13
Penitenciária Estadual de Santa Maria (PESM) projeta produção de seis toneladas de ração canina
Neiva Motta
Foto de Ração é de alta qualidade e de baixo custo, com inspeção de médico veterinário

A partir de parceria com médico veterinário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Marcelo Cecim, da Vara de Execuções Criminais de Santa Maria e equipe técnica da PESM, que coordena a capacitação teórica do projeto "Produzindo Qualificações", vai viabilizar a produção de seis toneladas de ração destinadas aos cães de intervenção prisional dos estabelecimentos prisionais, da 2ª Região Penitenciária, em Santa Maria.

A fábrica virou referência de inclusão social e de práticas efetivas no tratamento digno aos cães, já que passam a consumir uma alimentação inspecionada diretamente pelo médico veterinário. O apenado J.M informou que eles estão há quase um mês produzindo o alimento. "Aqui realizamos todo o processo, desde o cozimento até a tritura. Já produzimos mais de 200 quilos em 30 dias". Ele explicou como funciona a produção: "Primeiro, é selecionado os ingredientes, triturados e misturados, depois colocamos para resfriar e está pronto para o consumo", explicou.

Para o apenado, este trabalho nos tira do ócio da cela e aproxima-nos da comunidade", concluiu. Tânia Marques, administradora da PESM, a ideia é capacitar e formar 30 presos até o mês de agosto.

Força e treinamento diário

Capacitação e alimentação

A capacitação para a produção de ração acontece  das 9h30 às 11h30,  das 13h às 18h, de segunda a sexta-feira. As aulas são divididas em teóricas e práticas, ministradas por acadêmicos da universidade e grupos desenvolvidos por psicólogos, assistentes sociais e advogados da equipe técnica da PESM, informou a psicóloga Larianne de Andrade Saul.

 

Agente penitenciário é especialista em Cinotecnia

Parceria

O delegado penitenciário da 2ª DPR, Anderson Porchnow , falou que esta ideia surgiu como alternativa para as dificuldades financeiras. Com isso, cadastramos o projeto de produção de ração na 3ª Vara de Execuções Criminais (VEC), da Comarca de Santa Maria, e conquistamos uma quantia de R$ 18 mil. Com o valor, vamos conseguir comprar os ingredientes até fevereiro de 2017. Os equipamentos nós já tínhamos aqui”, explicou.

Comitiva

Na última sexta-feira (24) a deputada estadual Regina Becker visitou as instalações da fábrica. " Fiquei encantada com a este projeto, a qualidade da ração é altíssima, com 25% de proteína, 1,7% de cálcio, e todos os nutrientes que o cão precisa”, disse Regina, que se propôs a intermediar a compra de uma extrusora junto à instituições parceiras. No canil da penitenciária há 24 cães de diversas raças.

Anderson Porchnow , delegado penitenciário da 2ª DPR, em Santa Maria, recebeu visitantes na fábrica e idealizadores do projeto

Os cães auxiliam os agentes penitenciários em operações de revistas em presídios da região.  O delegado Anderson disse que há planos de expandir a produção para o restante do Estado. Agora, o próximo objetivo é a compra de uma máquina extrusora de ração canina, que custa em torno de R$ 90 mil. O aparelho produz entre 70 e 80 quilos de ração por hora.

“A produção de ração na casa prisional, além de ser muito mais econômica, proporciona um alimento de maior valor nutricional e, consequentemente, uma melhora na saúde e desempenho dos cães. Outro fator importante é a inclusão dos presos”, ressalta Prochnow.

 

Silvio Chamorra, médico veterinário Marcelo Cecim, administradora Tânia Marques e a psicóloga Larianne de Andrade Saul

Cuidado pelos cães

A Susepe abriu licitação para aquisição de 28,45 mil kg (vinte e oito mil quatrocentos e cinquenta quilos) de ração canina, para garantir alimentação durante seis meses aos demais cães chipados na instituição. Nenhum estabelecimento do Estado registrou morte de seus cães de guarda por falta de alimentação ou maus tratos.

Além da PESM produzir ração,  os apenados do Presídio de Pelotas  constroem casinhas para cachorros abandonados nas ruas. As doações de telhas, madeira e pregos são oferecidas pela comunidade local. "Somente nesta segunda-feira, entreguei mais onze moradias, num total de mais 50 já entregues," disse diretor Flúvio Bulboz, que é ligado a ONGs de Proteção aos Animais.

 

Neiva Motta

Imprensa Susepe

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SUSEPE - Superintendência dos Serviços Penitenciários