Página Inicial
Bem-vindo
28 de Março de 2024, 05:55
Atualização 14.12.2017 às 17:33
Publicação 14.12.2017 às 16:32
Presos de Montenegro confeccionam uniformes dos cursos de formação dos novos servidores da Susepe
Iniciativa gera economiza de até 60%, comparada a compra de peças prontas
Foto de Caroline Paiva/Imprensa Susepe

Aliando trabalho prisional e inclusão social, a Susepe buscou uma forma de também gerar economia ao Estado. Desta vez, a iniciativa que agrega todos estes fatores é a confecção das camisetas dos uniformes dos novos servidores-alunos, que passam a ser produzidas por apenados da Penitenciária Estadual Modulada de Montenegro.

O projeto prevê, ao total, mil camisetas. Com este trabalho foi possível economizar mais de 60% em relação à compra das peças prontas. A produção iniciou no último dia 04 e tem previsão de conclusão para o final da próxima semana.

A proposta surgiu do coordenador de Projetos do Departamento de Planejamento da Susepe, Gustavo Schwarz, que com apoio da diretora do Departamento Administrativo da Susepe, Liciane Mota, sugeriu a parceria. “A equipe da casa prisional me chamou para auxiliar na implantação de mais hortas no presídio. Mas, ao visitar a estrutura, conheci a oficina de costura e me surpreendi com a organização e o trabalho de qualidade que já vinham desenvolvendo. Ao retornar para a Susepe, conversei com a diretora do Departamento Administrativo e tivemos a ideia. A direção, equipe técnica e os apenados da casa prisional abraçaram a causa”, comentou.


Uniformes ficarão prontos com logo da ESP

 

Produção das camisetas

Até o momento já foram confeccionadas 303 camisetas para a Escola do Serviço Penitenciário (ESP), que devem ser entregues aos novos servidores-alunos da Susepe. Os 415 servidores-alunos dos cursos de formação profissional de agente penitenciário e agente penitenciário administrativo iniciaram as aulas na última terça-feira (12) - leia mais.

O tecido para a confecção, bem como as tintas para a serigrafia do logotipo são comprados pela Susepe. Já os moldes para recorte e costura das peças foram fornecidos, de forma gratuita, pela empresa Entremalhas, de Novo Hamburgo. As camisetas são brancas, de algodão, e possuem sete tamanhos, que vão do PP ao EXG.


Camisetas já recortadas, prontas para serem costuradas

O apenado Antônio é quem coordena os demais, também ensinando àqueles que nunca costuraram a trabalhar nas máquinas. Segundo ele, são produzidas em torno de 100 camisetas por dia. “Aqui classificamos quem quer trabalhar, fazemos inclusive testes, igual a uma empresa”, relatou. Os detentos passaram por três dias de treinamento, até aprenderem o jeito correto de costurar as camisetas.

O trabalho é realizado de forma voluntária, das 8h às 11h e das 14h às 17h, de segunda a segunda. O benefício que os presos recebem é a remição: a cada três dias de trabalho, diminui um da pena.

 

Pavilhão de costura

O pavilhão de costura da penitenciária, quase uma pequena fábrica, funciona já há um ano, onde são confeccionados produtos que variam de R$ 5 (como as bandanas) até R$ 220 (como o tapete de 16 mil peças). A criação do espaço surgiu da ideia de produzir mantas (cobertores) para distribuir a outras penitenciárias. Mas o trabalho foi ampliado e hoje eles produzem também nécessaires, mochilas, camas e roupas para cães, bolsas para viagem e notebook, além de moletons, bermudas e camisetas.


Maquinário foi doado por empresa local

Para a confecção das bermudas e moletons, os presos participaram de duas oficinas com professoras da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), nos meses de julho e outubro. Estes produtos são vendidos por eles mesmos, durante os dias de visita, ou por suas famílias, que fazem a venda externa.

São 12 máquinas funcionando, sendo que três destas foram emprestadas para a produção das camisetas.  A doação do maquinário foi realizada pela empresa Cláudio Máquinas e os tecidos (retalhos), doados por igrejas e malharias da região.

 

Clique nas fotos para ampliar:

 

Investimento próprio

Conforme a assistente social Ana Caroline Ferreira, com o valor da vendas dos produtos, muitas vezes os presos investem em equipamentos e objetos para melhorar e continuar o trabalho. Um exemplo é a compra de uma nova mesa, que serve para realizar o acabamento das peças, como a dobra, ensacamento e distribuição.

 

Confira no vídeo o passo a passo da produção:

 

 

 

Texto e fotos: Caroline Paiva
Imprensa Susepe

Link desta página
SUSEPE - Superintendência dos Serviços Penitenciários