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18 de Abril de 2024, 20:25
Atualização 09.09.2014 às 10:09
Publicação 09.09.2014 às 10:06
Exposição de pinturas apresenta obras de jovens infratores
O mito de Narciso é o tema da mostra, no Memorial do Ministério Público
Foto de Neiva Motta

Num atelier improvisado, cheio de potes de tinta acrílica, palhetas feitas em garrafas pet, livros, estatuetas de gesso, esponjas, estão sendo finalizados os auto-retratos de adolescentes infratores que serão apresentados na exposição, “O Mito de Narciso - Pinturas”. A abertura vai acontecer no próximo dia 15, das 18h às 21h, no Memorial do Ministério Público, Praça Marechal Deodoro, 110 – Centro – Porto Alegre.

O trabalho integra o projeto Artinclusão, do artista plástico e professor na Escola Tom Jobim do Centro de Atendimento Socioeducativo POA II, Aloízio Pedersen. Desde março de 2013 ele ensina na instituição técnicas de desenho e pintura para os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e sem possibilidade de atividade externa. Esta é a sua quinta exposição.

As obras são comercializadas e a renda revertida para seus autores. Para Aloízio, estes novos artistas acrescentam cor e emoção em “O mito de Narciso" e juntam suas vozes por novos paradigmas para o cárcere. “Estar dentro ou fora das grades é uma questão circunstancial. Uma sociedade sadia se preocupa com seus apenados e procura soluções para diminuir a reincidência infracional”, disse.

A oficina do professor Aloízio permite a incursão no mundo de emoções reprimidas. Cada traço formado nas telas de 50cm x 70cm expôe marcas de aflições, expectativas, problemas familiares, drogas, agressividade, encontros e desencontros, típicos da idade mais tenra.

Jovens apenados da Penitenciária Estadual do Jacuí e Arroio dos Ratos, por meio da Coordenadoria da Juventude da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) já participaram destas oficinas. A ideia, segundo o idealizador, é ampliar o projeto para as mulheres em situação de prisão e os pacientes cumpridores de medidas de segurança do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF).

Narciso

O mito de Narciso apresenta a vida tumultuada deste jovem, que nasce de uma relação violenta entre Céfiso e Leríope, provocando nele uma série de conflitos. Ao mirar-se no lago, Narciso tem a possibilidade de renascer para uma vida mais fecunda. Famílias semelhantes a esta estão no perfil da maioria dos jovens em conflito com a lei, sinalizou o professor. A exposição vai até o dia 30 de setembro, com visitação em horário comercial.

 

Neiva Motta

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SUSEPE - Superintendência dos Serviços Penitenciários