O lançamento oficial do HumanizArte aconteceu, nesta sexta-feira (18), em frente à sala de visitas do Presídio Central de Porto Alegre. O objetivo do projeto, desenvolvido pela Coordenadoria da Juventude da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), é humanizar territórios carcerários por meio da arte do grafite, com a colaboração de apenados.
Nesta primeira edição, Lukas-Anão Spray Nervoso ministrou o curso de grafitagem para seis apenados do regime semiaberto, que puderam contemplar a manifestação artística. Rosto de uma mulher indiana, símbolos da cabala, fontes garrafais e pássaros foram algumas das inscrições feitas na parede.
Para o apenado C.T, 24 anos, participar do projeto representa, acima de tudo, levar alegria para famílias que ali aguardam ansiosas para visitar quem está do outro lado do muro no Central.
Grafiteiros recebem diploma pela participação no HumanizArte
As titulares da Coordenadoria da Juventude da Susepe reconhecem a complexa situação de superlotação do Presídio Central, onde vivem milhares de jovens com menos de 24 anos. "Mas vamos seguir concretizando ideias que promovam o bem-estar e a autoestima dos jovens encarcerados no sistema prisional do Estado", afirma a psicóloga Fernanda Bassani.
Já Maristela Mostardeiro destaca o sucesso na recuperação de jovens estimulados por ferramentas culturais que estão de acordo com seus perfis e gêneros. "O grafite e o hip-hop têm sido elementos fundamentais para diminuir a reincidência no crime", analisa.
Para o representante do Poder Judiciário, o juiz Marcelo Mairon, essas iniciativas "levam ao acesso à cidadania e desenvolvem novas perspectivas após a saída do ambiente prisional". Conforme a Coordenadoria da Juventude, outras edições estão previstas para ocorrer no sistema prisional gaúcho.
O evento contou com a participação de servidores e diretores da Susepe e do Presídio Central e de representantes do Poder Judiciário e da comunidade local.
Neiva Motta
Assessoria de Comunicação da Susepe
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