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27 de Abril de 2024, 00:15
Atualização 27.05.2016 às 14:58
Publicação 27.05.2016 às 14:47
Presos do PCPA confeccionam 400 agasalhos destinados aos da Penitenciária de Canoas
Direção do PCPA quer alavancar atividade de alfaiataria no estabelecimento
Foto de Neiva Motta

 A diretora da Penitenciária de Canoas 1 (PECAN I), Emilinha Nazário, recebeu, nesta sexta-feira (26),  mais de 60 agasalhos para presos que foram confeccionados por outros do Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). A iniciativa é graças a parceria da Susepe com o Poder Judiciário que destinou R$ 10 mil advindos das penas alternativas para compra dos tecidos e outros materiais.

Os apenados do PCPA trabalham em duas máquinas retas e uma overloque para produzir mais de 400 moletons soft que abrigarão os apenados do Complexo de Canoas I, onde é obrigatório o uso de uniforme em presos. A superintendente da Susepe, Ane Stock, enfatizou que a doação do valor destinado à PECAN I chegou na hora certa. "Com a chegada do frio, alguns presos não tinham moletons e abrigos e a Susepe não possui dotação orçamentária para a compra desse material".

Diretor do PCPA, tenente-coronel Marcelo Gayer, direção da Penitenciária de Canoas 1, Marcelo Martinelli e Emilinha Nazário

Economia

Para o diretor do PCPA, tenente coronel, Marcelo Gayer, esta frente de trabalho pode ser rentável para os presos quando progredirem para a liberdade. “Esta parceria com o Judiciário e Susepe permite também com que tenhamos condições para efetivar ações no Ambulatório, por exemplo”, comenta.

Serão cerca de 400 moletons produzidos na linha de montagem e com meta de aumentar a escala de produção.  A alfaiataria está ligada à Atividade de Valorização Humana (AVH), incluindo arte, cursos, artesanato e leituras. Conforme Gayer há projeto para ampliar o espaço de costura, que atualmente, funciona na Escola de Artes do PCPA. "Temos plano de incrementar a costura. A ideia é que este projeto seja permanente aqui, pois promove a auto suficiência, diminui  custos de materiais fornecidos para o acolhimento de um preso, já que é produzido de preso para preso", explicou Gayer. Além disso, os trabalhadores  serão beneficiados com a remição (cada três dias de trabalho, diminui um da pena).

De casa

Desde o corte e costura do tecido são auxiliados pelo sargento Alexandre Simas, que era alfaiate antes da vida militar. "Ensino como fazer o corte e montagem das peças e, ainda, contribuo na manutenção do maquinário quando necessário", explicou.  O maquinário recebeu manutenção dos próprios brigadianos, auxiliados pelos presos, que já tinham tido alguma experiência em costura antes da reclusão. "Minha mãe fazia uniforme para a Brigada Militar e, de vez em quando, eu o ajudava", disse o preso C.P., 38 anos, que é artista plástico e participa do mutirão da confecção dos uniformes para ajudar outros presos.

Sim, trabalham!

Contrariando a crítica da sociedade, a riqueza de experiências profissionais dos presos contribuiu para dar forma e vida aos projetos de inclusão social do PCPA.  É por meio da mão de obra prisional que muitas construções, reformas, reciclagens de lixo, artesanatos, cozinha e, por último, o mundo da costura, o PCPA não para. "Eu trabalhava como alfaiate no seminário, mas aprimorei o talento em costura aqui no PCPA", informou G.O., 53 anos, considerado o chefe do pret a porter.  O PCPA aceita doações de máquinas de costura, serralheria e outras que ajudam nos trabalhos em artes em ferro e madeira.

 

Neiva Motta

Imprensa Susepe

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