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04 de Maio de 2024, 16:21
Atualização 01.06.2022 às 12:24
Publicação 01.06.2022 às 12:10
Sistema prisional gaúcho inicia projeto de incentivo à leitura para apenadas em parceria com ONG que atua na África
A atividade contemplou as oito mulheres privadas de liberdade que estudam no Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos
Foto de Gleison Ló

Apenadas do Presídio Estadual Feminino de Torres participaram, nesta terça-feira (31), de uma ação social de incentivo à leitura, realizada pela Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJPS) e pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), em parceria com a ONG Pés Livres, que auxilia crianças e mulheres em situação de vulnerabilidade social na África.


A atividade contemplou as oito mulheres privadas de liberdade que estudam no Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (NEEJA) e contou com uma dinâmica em roda com respiração e integração, além de oficina para confecção de marcadores de livro em tecido. As apenadas também aprenderam a produzir as bonecas de pano Abayomi, de matriz africana, que são símbolo de resistência, tradição e poder feminino.

 



“Essa ação reforça o olhar que o Governo do Estado, por meio da SJSPS e da Susepe, tem dado para a política de atenção às mulheres privadas de liberdade e egressas. Conforme plano assinado no início deste ano, em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional, estabelecemos metas para atender um público com necessidades específicas, gerando capacitação profissional, mais educação e mais direitos às mulheres”, enfatizou a diretora adjunta do Departamento de Políticas Penitenciárias da SJSPS, Debora Ferreira, que intermediou a parceria com a ONG. 


Na ação, também foi realizada a entrega de 120 livros da Livraria Solidária da ONG Pés Livres para a sala de leitura do Presídio. O objetivo é impulsionar a leitura literária no ambiente prisional, humanizar o trabalho de ressocialização da pessoa privada de liberdade, através do acesso a livros de literatura que auxiliam na reflexão sobre o mundo, além da remição da pena pela leitura. O impacto positivo para as apenadas também se dá por meio da qualificação profissional, uma vez que aprendendo a técnica de confecção dos marcadores de tecido e boneca, elas têm a possibilidade de gestão de negócios próprios. 

 



Conexão com mulheres africanas


Os exemplares dos livros doados ao Presídio foram adquiridos pela empresa Ball Corporation, gerando recursos financeiros para o projeto “Pés Livres For Women”, que tem como objetivo a capacitação profissional de mulheres em situação de vulnerabilidade social da Tanzânia, país africano onde a ONG atua. O projeto também possibilitará implementar uma empresa de mulheres na cidade de Moshi, promovendo o desenvolvimento econômico dessas mulheres através de habilidades manuais. Dez mulheres e suas famílias serão impactadas positivamente com a ação. 



“Desde o início dessa parceria até chegarmos aqui, formamos uma grande rede de mulheres. É muito emocionante ver o resultado, ver que essas ações geram oportunidades, através da educação, para mulheres da Tanzânia e também do Brasil. Realmente podemos mudar os caminhos dessas pessoas”, disse Luana Preterotti, fundadora da ONG Pés Livres juntamente com o companheiro, Rafael Eustachio. Luana mostrou para as apenadas fotos de mulheres e crianças africanas auxiliadas pelo projeto. A psicóloga Márcia Souto, madrinha e voluntária da ONG, também esteve na unidade prisional auxiliando na atividade.


Oportunidade para mais mulheres do sistema prisional


A atividade iniciou em Torres e deve ocorrer também nas demais unidades prisionais exclusivamente femininas do Estado: Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, Presídio Estadual Feminino de Lajeado e Presídio Estadual Feminino de Rio Pardo.


A diretora do Presídio de Torres, Juliana Einsfeld, agradeceu o empenho de todos os envolvidos para a realização da ação. “Fiquei muito orgulhosa em ver essa mobilização para auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade social”, destacou. O delegado penitenciário da 1ª Região, Benhur Calderon, também esteve presente e enfatizou o empenho tanto da equipe técnica quanto da equipe de segurança. “Essa capacitação é resultado da cooperação da parte operacional e do tratamento penal, culminando em uma parceria muito relevante”, afirmou Benhur. O diretor adjunto do Departamento de Tratamento Penal da Susepe, Marcelo Felipe, também reiterou a importância dessa política para esse público e o apoio da Susepe para que o projeto se desenvolva em mais unidades.

 


Também participaram da atividade a equipe técnica do Presídio, as psicólogas Viviane Macedo e Daiane Carbonera e a assistente social Mariele Pedersen, além da psicóloga Rosane Castro, representando a Divisão de Educação Prisional da Susepe. O workshop aconteceu no Pavilhão de Educação e Trabalho do estabelecimento prisional.

 

Gisele Reginato
Imprensa Susepe

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SUSEPE - Superintendência dos Serviços Penitenciários